05/02/2009

Há Grunge para além de Nirvana e PJ

Longo tempo passou desde que escrevi neste espaço pela última vez. Tempo suficiente para o blog ter mudado substancialmente de estilo e ter recebido a entrada de novos membros.

Caso para dizer que ainda bem que isso sucedeu, pois devido a novas obrigações escolares, o tempo que tanto eu como o Carlos temos para dedicar a este projecto é de facto bastante reduzido. Ainda assim, o blog mantém visitantes, e sobretudo qualidade, mais do que suficientes para sempre que der arranjar um tempinho e escrever aqui meia dúzia de linhas. Será o que farei hoje.

Divagações à parte, sigamos para o que interessa...

Grunge: Movimento culturo-musical que surgiu em Seattle no início dos anos 90. Teve como expoentes máximos Nirvana - banda que já mereceu espaço neste blog -, Pearl Jam, Soundgarden e... Alice In Chains.

É precisamente sobre estes últimos que vai residir o meu post.

Formados em 1987, em Seattle, pelo vocalista Layne Staley e pelo guitarrista Jerry Cantrel. A partir daqui podia começar a descrever aquilo que todos vós facilmente encontram melhor explicado na wikipedia ou site do mesmo género, e que culmina quase sempre com a morte de Layne Staley em 2002. De overdose.
Não o irei fazer pelo simples motivo que isso iria descaracterizar a banda e torná-la aos vossos olhos apenas mais uma, quando a minha intenção é fazer com que sintam necessidade de a conhecer. E para isso, tentarei explicar o inexplicável, ou seja, porque é que os AIC são uma das minhas bandas preferidas.

Posso dizer que conheci os Alice in Chains através do álbum MTV Unplugged. A simbiose daquela guitarra acústica com a voz melancólica e triste de Staley é simplesmente fantástica, diferente, verdadeira. Seguiram-se os álbuns ditos normais, onde o som mais pesado das guitarras eléctricas os distingue de bandas como os Nirvana e Pearl Jam,mas algo se mantinha em relação ao acústico: a qualidade da música e a transparência de Staley. Transparência no sentido em que ele conseguia deixar passar tudo o que sentia cá para fora através da música. Era como se ele metesse um papel químico entre o seu coração/mente e a sua voz/mãos no momento em que cantava/compunha. Prova disso são músicas como Down In A Hole, Nutshell, Angry Chair e mais umas quantas que vaticinavam o destino de Staley. O tema destas músicas: o suicídio. Causa da morte de Staley: overdose de uma mistura de cacaína com heroína. Algo irónico.

Actualmente "eles" estão de volta ao activo, estando a pensar lançar um novo álbum em 2009, tendo William du Val como como novo vocalista. Mas até que ponto estão os Alice in Chais a voltar aos álbuns de estúdio (já deram concertos sem Staley)? Em termos de comparação, pergunto-vos até que ponto estariam os Nirvana de volta caso um vocalista se juntasse a Grohl e Novoselic e decidisse lançar um álbum em nome dos Nirvana?

Deixo-vos com a música Nutshell, que pode ser ouvida no Gira-Discos.

E lembrem-se: há grunge para além de Nirvana e Pearl Jam.

03/02/2009

Escala em: La Blogoteque, Paris





1-OF Montreal vs Axe Riverboy - RoundAbout

A receita é simples: Pegar numa banda, dar-lhe instrumentos (ou, nalguns casos, instrumentos improvisados), juntá-los numa rua, café ou local do quotidiano, deixa-se a cozer alguns minutos, filma-se tudo e temos um
Take Away Show bem quentinho e divinal.

Através dos já mencionados Beirut, e o seu
Flying Club Cup, dei de caras com uma série de vídeos em que uma equipa, com um nome de La Blogoteque, filmara Condon e a sua banda pelas ruas de Paris a tocar músicas do já referido álbum. Então, com alguma pesquisa, tal foi a minha surpresa ao descobrir que os Beirut não haviam sido os únicos a participar em tal iniciativa.

Na verdade,
La Blogoteque é um blog francês sobre música que, como complemento aos seus escritos musicais, pegaram numa câmera de filmar e decidiram iniciar um série de Take Away Shows com alguns obscuros - outros nem tanto - artistas a tocar em locais incomuns pequenas músicas que transbordam originalidade. Além de terem no seu canal youtube diversos vídeos de concertos, estes mostram bandas e músicos tais como Arcade Fire, Fleet Foxes , Stuart Staples, Grizzly Bear ou Cold War Kids em fenomenais registos.

Além do conceito ser orginial, a forma como é filmado e actuado criam uma simbiose, por vezes de pura harmonia musical, outras de fulgorante festa e espírito independente. O melhor dos vídeos é de facto o espírito de convivência que conseguem transmitir, o jogo de sons feitos com aproximações e afastamentos da câmera e a acústica de diversos locais. A simples noção destes indivíduos, muitos deles habituados a tocar para centenas de pessoas, andarem pelo meio da rua ou estabelecimentos a criar música é soberba, e o resultado são sempre versões criativas, divertidas e diferentes das músicas que estamos tão habituados a ouvir nos nossos pristinos cd's ou computadores.

Deixo-vos agora com três vídeos (além daquele já colocado lá em cima) com os quais, tenho a certeza, se irão deleitar, e por fim, mais uma vez,
o link para o canal do youtube, um local que vale a pena perder horas a explorar.
Os artistas nos vídeos representados são;

2-Arcade Fire - Neon Bible (neste há que esperar um pouco pela música)





3-Beirut - Sunday Smile





4-Bon Iver - For Emma, Forever Ago





02/02/2009

Doismileoito - Ó céu, faz chuva em mim!

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Já parece cliché da minha parte iniciar os "posts" com títulos que correspondem a anos. No entanto, desta vez o ano não só dá título ao "post", mas sim nome a uma banda portuguesa que hoje lança o seu primeiro álbum, editado pela EMI.

Foi na Maia que três, somente três, se juntaram e fizeram... doismileoito: incrível? Nem imaginam o quanto, e a prova é revelada hoje, dois do dois de dois mil e nove.


Tenho ouvido dizer que doismileoito terá um dos melhores álbuns de dois mil e nove e, sabendo que tudo começou de dois mil e cinco para dois mil e seis (quando se juntaram na cave de um deles e composeram as músicas que os lançaram no desafio de participar no concurso TMN Garage Sessions), dois mil e sete assistiu ao lançamento do primeiro single (Acordes com Arroz) e que dois mil e oito (não a banda, mas o ano, não se vá o leitor confundir com tanto quiasmo) foi óptimo para se lançarem à estrada, é para dizer que a primeira década do novo milénio lhes saiu bem calculada; saindo vencedores do TMN GS, conquistaram o direito de actuar no palco principal do Festival do Sudoeste, com apenas quatro concertos na bagagem.



O myspace (http://www.myspace.com/doismileoito) tem disponível até 4 de Fevereiro o álbum para que o possamos ouvir à vontade. Composto por um rock característico que joga muitíssimo bem com as excelente letras, o trabalho de doismileoito fica no ouvido, entranha e envolve. Proponho-vos, portanto, uma interessante incursão pela língua portuguesa musicada; aqui, ela atinge um nível melódico e instrumental fenomenais.


Alinhamento:


1. O Caminho que Fazias Ganhou Silvas

2. A Ponte Findling

3. Acordes com Arroz

4. Cabana

5. Caratequide

6. Bem Melhor 12200074

7. So 05 So 06

8. ATL

9. Musica d' Homens

10. Tempo a Mais

11. Engate ao Espelho




Parece-me que está na hora do ouvinte validar o trabalho de Doimileoito. Não esqueçamos o que de bom se produz em terras nacionais.


"Ei, mas isso eu já sei, mostra-me o que é feio em ti."


Nota: Acrescento ainda que foi criado o separador Organist Entertains, para onde irão ser linkados todos os "posts" relativos aos álbuns lançados em 2009.


01/02/2009

Nouvelle Vague: mini-tour em Portugal

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Mar Collin e Olivier Libaux são os dois membros principais desta banda francesa de covers de músicas dos anos 80, ainda que mais uns quantos vocalistas integrem o conjunto (seis francesdas, uma brasileira e uma americana), e o objectivo é que cada cover tenha um toque único, contendo um registo distinto que o diferencie do original, seja através da vertente acústica da sua música ou da pluralidade das vozes que se traduzem num estilo bossa-nova/jazz.
O primeiro álbum (Nouvelle Vague) recaiu sobre temas de Joy Division, Dead Kennedys, The Clash e Depeche Mode; o segundo (Bande à Part), por sua vez, contém versões de músicas de Buzzcocks, New Order, Echo & The Bunnymen e Blondie.
(Curiosa a relação entre o nome escolhido para a banda e o movimento artístico do cinema francês nos anos 60, mas quanto a isso pouco ou nada posso dizer.)
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Feitas as apresentações, passemos ao que realmente importa: eles andam por terras lusas, numa curta tour acústica, após, em 2008, terem enchido o Campo Pequeno e o Teatro Sá da Bandeira. Na primeira parte do espectáculo (segundo a "Agenda Contra-Regra", do Cine-Teatro de Alcobaça), "serão apresentados temas do disco de estreia My Name de Melanie Pain e temas do novo disco de Gerald Toto (ainda sem título)".
Aqui fica o calendário das festas:


4 de Fevereiro - Teatro São Mamede, Guimarães

5 de Fevereiro - Auditório Municipal Augusto Cabrita, Barreiro

6 de Fevereiro - Centro de Artes e Espectáculos de Portalegre

7 de Fevereiro - Cine-Teatro de Estarreja

8 de Fevereiro - Cine-Teatro de Alcobaça